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Mauá – Empresário do Império

Título: Mauá, Empresário do Império

Autor: Jorge Caldeira

Quem deve ler?

Quer um livro para compreender melhor como era o Brasil na época do Império? Pois bem esse é o livro. Esqueça aqueles  livros didáticos chatos que falam da História do nosso país. Durante todo o livro Jorge Caldeira, insere o contexto histórico de cada fase da vida de Mauá. Quer descobrir quem foi o cara que fez a indústria acontecer no nosso país? Tirar lições de vida e de como gerir empresas? Quer entender como o conservadorismo destrói o progresso? Então leia e inspire-se, você vai gostar!

Quem não deve ler?

Não gosta de livros longos? Então não leia. São 560 páginas para contar a vida de um dos homens mais influentes, poderosos e fora de série que o Brasil conheceu. Não tem vontade de compreender a História de seu país por uma ótica diferenciada? Então não leia! Mas, se começar a ler, não fique nos primeiros capítulos. É a partir do 7º que tudo começa a ficar mais interessante.

Se Interessou? Então, antes de ler o livro propriamente dito, leia esse pequeno resumo e algumas lições que pude destacar.

Resumo do Livro

Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, foi um homem a frente de seu tempo. Garoto pobre, que se tornou; graças a muito estudo e dedicação, como diz o título do livro; o empresário do Império. Pena que empresários não eram bem vistos nessa época. Homem com ideais que ainda hoje não são vistos com bons olhos, imagine naquela época. Enquanto todos pensavam num futuro agrícola para o Brasil, ele pensava diferente. Vislumbrava um futuro cheio de progresso e indústrias. Porém o governo não partilhava dos mesmos ideais, todos que comandavam o país acreditavam que Mauá apressava muito as coisas, e como eram conservadores ao extremo faziam de tudo para que ele não concretizasse seu sonho de progresso.

Enquanto Mauá queria ver juros baixos e créditos rolando para que capitais fossem investidos em empresas que trariam o progresso para o país, os outros queria exatamente o contrário: aumentar os juros, limitar o crédito e frear o desenvolvimento. Com isso, inimigos não faltaram, e para piorar, inimigos dentro do governo. Dessa maneira passou a procurar caminhos longe do Brasil, a fim de ter mais liberdade para seus negócios. Inicialmente a estratégia foi bem sucedida atuando no Uruguai, mas depois, como a política uruguaia era pior que a do Brasil, viu seus negócios irem cada vez mais a bancarrota. Optou por fazer negócios com a Europa, criando um Banco de Investimentos, mais uma vez, inicialmente, um ótimo negócio com muitos lucros, mas com esse tipo de negócio surgiram inimigos muito maiores e fortes.

Somando inimigos estrangeiros; mais um governo brasileiro com uma política interna conservadora e totalmente contra ele; mais um Uruguai enfrentando uma guerra e uma crise; além de “atentados” contra suas empresas e injustiças do governo em lutas judiciais das quais ele fez parte, fizeram com que Mauá falisse e fosse proibido de gerir negócios no Brasil. O homem que entregou todos seus bens pessoais depois de condenado pela falência era ainda, apesar de tudo, muito rico. Deixava apenas de ser o empresário mais poderoso do pais.

Algumas informações:

Irineu sempre foi um homem que lia muito, o que colaborou para que viesse a se tornar um homem crítico e cheio de ideias diferentes, dentre estas: passou a acreditar no mercado livre como grande centro da vida social, a pensar na concorrência como um instrumento essencial do desenvolvimento, pelo incentivo a uma divisão mais eficiente do trabalho. A achar que bom governo é o que não se mete a regular o mercado, nunca o que toma conta de todos como se fossem crianças.

Além de pioneiro ao instalar fábricas no país, foi um importante incentivador dos imigrantes, importantes como mão-de-obra especializada.

Irineu virou financiador de Guerra, a favor de Montevidéu. Um homem que além dos negócios, se envolvia com os problemas internacionais nos quais o Brasil  interferia. O dinheiro que Irineu financiara para o Uruguai ele tinha certeza que jamais o receberia de volta. Mas com essa ação ele não buscava dinheiro. Nos planos traçados, o dinheiro do Uruguai era um investimento marginal no momento, uma soma que ele contabilizava como prejuízo completo. Os gastos pagavam, na verdade, a entrada no mundo das grandes decisões nacionais. Irineu era agora um conhecedor dos segredos profundos do governo, um homem capaz de opinar em questões importantes, e alguém a quem o próprio imperador devia um grande favor. O verdadeiro sentido de seu gesto não estava claro para muita gente, mas isso também fazia parte de seus planos. Preparava com cuidado e discrição todas as alternativas, até chegar a hora da decisão, quando tudo se revelaria em firmeza e determinação. Com a extinção do tráfico, o momento de desencadear a parte principal do plano elaborado dez anos antes quando fora à Inglaterra. O Uruguai não fazia parte desse plano, e por isso ele deixou a guerra e a administração de seu investimento inteiramente a cargo do governo brasileiro. Mas a proximidade com gente importante e os bons olhos do imperador valiam muito. Enquanto todos estavam meio anestesiados, ele iria agir depressa. Iria nascer daí O Banco do Brasil, que depois seria tomado pelo governo através de um golpe.

Irineu ficou encarregado de montar a linha de navegação no Amazonas, isso porque os EUA já começavam a demonstrar interesse por essa área. Viria a criar dessa maneira a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas. A locomotiva da primeira ferrovia brasileira foi inaugurada no dia 30 de Abril de 1854, data em que Irineu Evangelista de Souza, recebeu o título de Barão de Mauá. Nessa data ele era Barão, dono de estrada de ferro, estaleiro, companhia de navegação, companhia de gás e do dinheiro Uruguaio. Posteriormente viria a ter mais empreendimentos como um Banco de Investimento internacional e uma Companhia Agrícola.

Lema no Brasão do Barão de Mauá: Labor Improbus Omnia Vincit (O trabalho honrado sempre vence). A prova de que Mauá era muito a favor do trabalho, o que ia contra a sociedade da época onde o trabalho era visto como coisa de escravo.

O governo da época poderia ser descrito da seguinte maneira: Em vez dos donos de projetos viáveis economicamente, o país desviava o dinheiro para outro tipo de gente, os detentores de padrinhos políticos viáveis. Quem tinha acesso a eles conhecia o milagre da riqueza sem riscos, o progresso concedido do alto era o melhor, pois não exigia esforços nem sacrifícios. Começava o tempo das fortunas estufadas em conversas de bastidores; em vez de obra do trabalho, da poupança, do crescimento dos negócios, a riqueza nascia da conversa oportuna com o amigo certo, a grande jogada que não dá muito trabalho mas rende muito; era hora da fortuna que beneficiava os mais inteligentes, os mais ousados, os mais bem informados – e jamais a malta trabalhadora. Para esses tipos, poucos se lhes dava perder tempo fazendo contas para determinar a viabilidade da empresa – este era um problema para os otários que precisavam trabalhar, como os escravos trabalhavam.

O Barão de Mauá demonstrou um traço no seu caráter que pode ter contribuído para sua queda. Quando você é dono de uma empresa de investimentos que está correndo o risco de entrar em bancarrota pode-se seguir duas estratégias: você pode defender seu capital próprio, arriscando a vida da empresa, ou colocar seu dinheiro na linha de frente, para proteger os sócios. A primeira posição seria a mais lógica: todos os que investiam com ele conheciam os riscos do negócio, e esses riscos estavam limitados ao dinheiro que tinham investido. Tentando salvar seu dinheiro, Mauá ficaria na mesma posição de todos. Mas, para o Barão, aquela não era mais uma questão de negócios. Ele se considerava responsável pelas decisões, e acreditava que essa responsabilidade se estendia ao último centavo de dinheiro de terceiros confiado a sua gestão.

Lições do Livro

#1 Para a maioria das pessoas fazer bem o trabalho se resume a cumprir as tarefas determinadas e deixar de lado as inquietações sobre o complicado mecanismo por trás de uma empresa. Você deve perguntar, ler, tirar lições de suas tarefas. Aprenda a dominar o “organograma” das atividades da empresa. Sem isso você não pode sonhar com degrais mais altos na carreira;

#2 Esteja atento às ações do governo e ao rumo que a economia do país esta tomando, elas interferem sim na tomada de decisões da sua empresa;

#3 Tenha maturidade: Em tempos difíceis nos negócios não adianta, você deve ter maturidade ao praticar a difícil arte de cortar na própria carne para se salvar. É necessário avaliar as alternativas do cenário nebuloso. A regra é liquidar negócios que estão quebrando e salvar negócios que podem dar lucro no futuro. Quando em dificuldade não pode haver tempo para sentimentalismos, deve-se ser duro caso seja necessário (ocasionar demissões, cobrar devedores) e, ao mesmo tempo, flexível com os credores, para acertar suas contas.

#4 Trabalhe durante o dia, estude sobre como criar o seu futuro e aumentar a sua fortuna durante a noite.

#5 Considere a concorrência como um instrumento essencial do desenvolvimento.

#6 Todo dia meça a situação de seu capital, e dê um destino a ele. Se há sobras no caixa, procure aplicá-las imediatamente, e apenas durante o prazo em que não serão necessárias. Essa era a maneira inglesa de se agir. Entre a esperança de um grande lucro futuro e um pequeno prejuízo presente, mas que repusesse o capital em circulação, os ingleses em geral preferiam a última alternativa. Vendiam logo, a preço menor, para recuperar a possibilidade de fazer mais negócios, em vez de deixar um produto mofando na prateleira até chegar um comprador disposto a pagar o preço exigido. Com esses hábitos, o capital se transformava na grande mercadoria invisível, que ia e vinha de acordo com a necessidade e o momento.

#7 Tenha um mentor: Antes de obter sua glória como empresário, mesmo lendo, estudando e se tornando um grande conhecedor da economia brasileira, Irineu não sabia como iniciar as obras que começava a se sentir capaz de realizar. Seu patrão Carruthers quando julgou que seu caixeiro estava maduro para seguir por ali, decidiu que havia chegado a hora de mostrar-lhe o caminho. Já tinha sido patrão, professor e pai para o caixeiro.

#8 Mantenha: Um caixa sólido, prudência nos gastos, empregados bem remunerados e bem treinados, e bons lucros bem medidos.

#9 Não tenha medo de crises, dependendo do lugar em que se está, as mesmas palavras podem significar coisas muito diversas, por isso, se as coisas não andam bem, procure outros ângulos de visão do seu negócio, procure outros mercados, procure por ideias em diferentes países, inove, corra atrás.

#10 Mantenha-se informado: Ávido por novidades, Irineu visitava fábricas de tecidos, estaleiros, fundições, estradas de ferro e bancos. Perguntava sobre tudo, queria saber os detalhes, não demorava muito para descobrir o que dava dinheiro e como cada empreendimento funcionava. Leitor voraz, devorava pilhas de catálogos e obras técnicas, desvendando os segredos de cada equipamento. Bom negociante, indagava a cada empresário a que era apresentado sobre as necessidades de investimentos, as dificuldades de operação e os retornos dos empreendimentos.

#11 Seja paciente: Irineu aprendeu com seus amigos ingleses que as mudanças levam tempo, exigem base segura, não acontecem quando não existem condições favoráveis. Enquanto estivera na Europa, em sociedade com seu ex-patrão Carruthers, planejara montar uma empresa que captaria dinheiro no mercado inglês para ser aplicado no Brasil. Isso que trazia para o Brasil poderia não acontecer, ou mesmo levar muitos anos até que o país estivesse pronto para os  projetos. Por isso, ele precisaria ter paciência, preparar o terreno, não perder oportunidades.

#12 Esteja disposto a correr riscos: A sede de Irineu por realizar projetos a frente de seu tempo fez com que ele aos trinta anos de idade e 21 de trabalho fechasse uma das maiores empresas comerciais do país e mudasse de vida, visando o futuro. Nenhum comerciante, mesmo inglês, entendeu. As importações continuavam firmes, subindo 15% entre 1843 e 1845, e as exportações aumentavam na mesma proporção. As vendas de café cresciam, e o mercado do açúcar poderia explodir se as tarifas inglesas caíssem. Com as contas do governo em ordem, tudo apontava para a consolidação do destino agrícola daquele paraíso de terras férteis e baratas. Mas, Irineu deixara de escutar vozes sensatas havia algum tempo. Só o seu caminho lhe interessava.

#13 Supere obstáculos e colha os frutos: Irineu apoiava a vinda de imigrantes pois traziam o conhecimento técnico do qual necessitava, com isso o novo industrial conseguiu contornar os problemas básicos da organização do trabalho – apenas o primeiro obstáculo a ser superado na transformação de uma oficina semi-artesanal em verdadeira fábrica. Esta dependia de matérias-primas, tanto quanto de operários – e as dificuldades para suprir esse item também eram grandes. Até mesmo os produtos de consumo mais corriqueiros da empresa exigiam uma logística de suprimento toda especial. Quase todos os insumos eram importados, o que tornava o processo caro e arriscado. As encomendas levavam meses para chegar. Para evitar que  o atraso de um navio paralisasse a produção, Irineu era obrigado a trabalhar com estoques elevados. Mas os problemas com defeitos em máquinas e manutenção dos equipamentos exigiam muito mais cuidado. Não havia fábricas de máquinas nem peças de reposição no Brasil – todo o equipamento sobressalente, quando necessário, precisava ser adquirido na Inglaterra por seus sócios. Quanto a máquinas novas e processos, o próprio dono atacava de gerente. Lia catálogos, discutia as novidades com seu engenheiro, e tomava as decisões de investimento por sua conta. Passando aos poucos por esses problemas Irineu começou a ampliar sua fábrica. Possuía como cliente o próprio governo que se mostrou um péssimo devedor e com isso quase prejudicou Irineu. A falência ameaçava bater em sua porta, e Irineu não viu outra saída além de tornar-se um descobridor de novos nichos de mercado. Diversificou a produção, buscando clientes menores mas que pagavam em dia pelos produtos. Saiu em busca de novos sócios para a empresa. Para os padrões artesanais da indústria brasileira, era uma empresa gigantesca. Para seu dono, um motivo de orgulho pessoal: ele tinha tido a ideia, abandonado uma posição privilegiada num negócio seguro, corrido os riscos. Fazia o que queria, e haveria de ganhar respeito por sua ousada aposta no futuro. Onde ninguém enxergava nada, ele via tudo.

#14 Saiba expor seus sonhos e convencer as pessoas de que podem ser realizados: detalhes do Discurso de Irineu  quando fundou o Banco do Brasil: O primeiro e mais óbvio detalhe diferente do discurso de Irineu era o tom. Nenhum empresário funda uma empresa sem esperanças, mas pouca gente na cidade seria capaz de desenhar um futuro nacional de grandes negócios, progresso interminável, dinheiro em multiplicação e lucros fartos. E o mais curioso é que, neste quadro otimista, Irineu falava de tudo – fábricas, telégrafos, estradas de ferro – menos da empresa que ia sendo fundada. Nele não havia uma palavra sobre depósitos, empréstimos, duplicatas ou qualquer outra atividade própria de um banco. Nenhuma palavra daquele discurso de posse estava ali por acaso. Ao colocar o espírito de associação no centro de tudo, Irineu anunciava um projeto de vida. Para ele, o banco seria o centro de uma operação de progresso: juntar capital de terceiros, financiar a formação de grandes empresas, desenvolver o país.

#15 Estude, pesquise: Irineu embasava seus projetos, que pareciam especulativos, em muito estudo, pesquisa e planejamento.

#16 Não seja um aventureiro: Irineu se diferenciava dos aventureiros que lutavam pelo progresso. Em seu esquema altamente especulativo de capitalização havia um projeto sólido: criar boas empresas. Tanto a estrada de Ferro como a iluminação a gás iriam buscar grandes mercados, com boas perspectivas de crescimento e faturamento. Mesmo no caso da Navegação do Amazonas, a única empresa que resolveu implantar sem bons estudos quanto ao potencial de mercado, ele tomou o cuidado de se prevenir contra os riscos da empreitada por meio de grandes garantias legais e um subsídio alto, que permitiriam enfrentar eventuais dificuldades e manter boas perspectivas de retorno de capital. Os aventureiros avaliavam mal as dificuldades, queriam resolver tudo depressa, erravam. Irineu, pelo contrário, soube combinar a ousadia financeira com decisões de investimento muito prudentes. O homem que gastava o dinheiro contrastava visivelmente com o que tomava emprestado: o dinheiro que entrava depressa saía bem devagar. Irineu exercia uma vigilância severa sobre as despesas, e se precavia de todas as maneiras possíveis para evitar decisões onerosas. Entre esses cuidados, estava um raro na época: investir em estudos técnicos, evitando perder depois com situações imprevistas. Cada mudança que ocorria num projeto de uma obra, por exemplo, era comunicada a todos os envolvidos.

#17 Cuide de seus funcionários, seja justo: A combinação de ousadia nos projetos, prudência na execução e uma grande preocupação em gerir bem os recursos dos sócios se completava com uma política administrativa totalmente fora dos padrões brasileiros. Irineu considerava um ótimo gasto investir em salários mais altos, para ter o melhor pessoal disponível a seu lado. No caso dos escalões mais altos, a política de valorização do trabalho era mais radical ainda. Ele delegava autoridade, insistia para que seus comandados fizessem o mesmo, e costumava distribuir parte dos lucros entre os funcionários da empresa. Além da participação nos lucros, seus colaboradores mais próximos recebiam incentivos para montar empresas pessoais, fazer negócios por conta própria. Irineu dava autonomia, e respeitava-a até o fim. Todo o pessoal era contratado por seus gerentes, e o dono da empresa quase nunca passava por cima deles. Sua maneira de contratar seguia a linha da meritocracia.

#18 Dê Autonomia: Irineu deixava seus colaboradores confiantes para agir por conta própria nos momentos de dificuldades – mesmo quando erravam, o patrão costumava suportar os prejuízos sem uma palavra de crítica, apenas fazendo-os notar como poderiam acertar da próxima vez. O risco do sistema era que os empregados começassem a fazer maus negócios, conseguindo grandes prejuízos onde se esperava lucro – e enganassem o patrão com notícias falsas, numa atitude facilitada pelas dificuldades de comunicação. Contra este risco havia apenas um antídoto: o olho distante do dono. Neste ponto, possivelmente, estava a característica mais marcante de Irineu: atacando várias frentes ao mesmo tempo, ele não perdia de vista um único detalhe de cada negócio. Todos os dias, escrevia dezenas de cartas, muitas vezes repetindo em todas as mesmas notícias do governo ou dos negócios internacionais. Mas em cada uma acrescentava alguns parágrafos de interesse específico do destinatário, cobrava providências, discorria sobre minudências de uma pequena operação, avaliava resultados, aprovava ações. Assim, conseguia saber do andamento de cada célula de seu grupo de empresas, na Europa, no Uruguai e no Amazonas.

#19 Ensine pelo exemplo: O Barão de Mauá gostava de empregar gente ousada, fogosa, com capacidade de iniciativa. Pagava um certo preço por isso: volta e meia, precisava conter os ímpetos de seus auxiliares, que se entusiasmavam com negócios que pareciam bons e arriscavam capital da empresa em operações especulativas. Ele achava que ordens peremptórias não funcionavam para evitar o perigo – preferia dar bons exemplos baseados na experiência para conter os aprendizes de feiticeiro, reforçando sua prudência sem barrar a iniciativa.

#20 Saiba como especular de maneira a te favorecer: Segundo Mauá, as lições necessárias para identificar as características que separam as sardinhas dos tubarões num mercado, são: a boa especulação deve ser rigorosamente planejada, nunca obra do acaso. a conta deve ficar para os que se julgam espertos. nem sempre os que acreditam em preços altos são os vencedores. o sucesso da operação depende do domínio de informações completas e precisas sobre o mercado em que se vai atuar – e vale muito a pena investir nelas. os riscos diminuem quando se está com a faca e o queijo nas mãos.

Essas foram apenas algumas lições. Leia, você vai gostar.

Até o próximo livro!

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